Sob o astro que incendeia seu lugar
Lembra a fé qual derradeira opção
Mas a fome o impede de rezar
Ou talvez sua fé secasse com seu chão (...)

Oh, meu amado Irmão, é novo dia
E ainda trago em mim o Teu olhar
De manso Amor que encontrei na esquina
Da Vida, quando estavas a passar (...)

Era uma vez uma ilha
Que apareceu de um encanto
Por uma Fada madrinha
Que com a sua varinha
A colocou no oceano (...)

Se as luzes da Boa Nova
Te conquistaram a alma
Te convidando à jornada
Que outrora abandonaste [...]

Eu quero o voo mais que puro, o mais sublime
O que me ergue aos campos dúlcido da fé
Lá onde as dúvidas, de duvidar desistem
E o amanhã se nos revela tal qual é [...]

Não te arvores a correr, alma querida,
Entre o ódio, o amargor e a agonia
Nem te entregues às torturas da ansiedade.

Tu desconheces ódio e a agonia
De estar, ainda vivo, na fogueira,
Vendo morrer, na espada, esposa e filha
Por sermos huguenotes em fé e vida,
Após traídos pela realeza (...)

Finda mais um dia, e a liberdade
Chega, a resgatar-me à triste cela
Saio, em passos mornos de vontade,
Para um mundo que já não me espera (...)

Jorraste tão doces Verdades
Que o Hades subiu p’ra Te ouvir
Tantos pecadores amaste
Que o Mal desistiu de ferir (...)

No meu Mundo onde o campo doura o trigo
Onde o Amor faz a Paixão se eternizar
Nesse Mundo que humilha o Paraíso
Nesse Mundo, eu não mereci entrar (...)

... E eis-me aqui outra vez, ouro maldito
Meu ouro amado, sempre venerado
Me fiz o teu senhor, mas sou-te escravo
Por ti me sinto morto estando vivo

Oh, Voz amiga, vem me consolar
Sou culpa condenada à maldição
Ensina como, então, me perdoar
Se o mal que fiz não merece perdão? (...)

Quando adormeço, desperto acima das nuvens,
Lá onde as sombras não podem mais me alcançar
Lá onde os pesos do meu viver se diluem
E o meu tão triste sorriso volta a brilhar

Agora, não!
Falta-me contemplar o horizonte
Fechar o livro e subir ao monte
Descer ao vale em busca do irmão

Agradece, minh’alma, agradece!...
Pelo amor que a Vida te derrama,
Do luar que à mansidão te chama,
À alvorada que, à abóbada, floresce

Dos píncaros sagrados do passado,
Do Monte onde o maior deles reinou,
Desceram à Terra os deuses adorados
Para espalhar consolo a tanta dor (...)

É quando o Sol desmaia nos braços do poente,
Quando a cidade acalma sob o ninar da Lua,
E eu cerro, enfim, meus olhos, em sono insistente,
Que eu sinto a tua presença, tua alma obscura [...]

Há almas cansadas de nunca lutar
Que não se suportam por só desistir
Que fogem à batalha sem mesmo tentar
E, envergonhadas, se escondem de si (...)

Ame-se de tal forma que você não precise
Viver o sonho dos outros, deixando de sonhar,
Trilhar só por caminhos que outros te indiquem,
Fazer o que não gosta só para agradar

[...]Vem e salva esses Teus míseros filhos
que rastejam nas trevas que criaram,
que ao peso do orgulho e do egoísmo
desistiram de amar e se afundaram [...]

Pelo Amor maior fomos gerados
Em mil estações, nos encontrando
E hoje, em cada tempo que renasço
Minha alma renasce já te amando![...]

“Meu doce anjo, amor da minha vida
Não sofra mais. O meu amor persiste!
Não há no universo quem consiga
Que eu deixe de te amar. Ah! Não existe!

Oh! doce ventre, oh! sagrado aconchego
Onde me guarda o amor de ingênuo coração
Em ti me acalmo, em ti descanso, em ti me esqueço
Dos tristes ontens mal vividos na ilusão (...)

Conheces, por acaso, o amor de pai
A força desse amor tão repentino
Tão avassalador, tão destemido,
Que invade a alma e não se afasta mais?

Houve um tempo em que o Ébano reinou
E a tristeza em fundo d’alma fez morada
Em que tudo nesta triste caminhada
Se tisnava com o látego da dor (...)

Me perdoa, minha mãe, tua tristeza no olhar
Tuas noites de insônia esperando por mim
Me perdoa o teu pranto, tua dor de me amar
Os teus sonhos de mãe que eu busquei destruir[...]

Não permita, alma querida
Que a ardilosa mentira
Te fira a fé que vacila
Fazendo-te crer, não exista
Amor verdadeiro na vida

Que a tua vida seja um canto de alegria
Que o teu abraço seque a lágrima que desce
Que o teu falar seja de amor e energia
E o teu silêncio, o respeito de uma prece (...)

Meu Pai...
Me pega no colo como em tempos idos
Me põe nos teus ombros, me dá teu abrigo
Me diz que sou linda com aquele sorriso
Retorna da morte e fica comigo ...

Bem-aventurados aqueles que choram,
Transbordando aos olhos as dores da vida,
As dores dos sonhos desfeitos e imploram
Um sopro, um alívio às suas feridas

Sob o céu onde o cruzeiro resplandece
nasce um cântico em forma de oração
que se eleva de mil corações em prece
ecoando esperança e gratidão

Voei até os céus e implorei às estrelas,
À mais brilhante delas que eu pude encontrar
Seus raios de amor, de virtude e nobreza,
As luzes da coragem, ternura e grandeza
Que o meu amor de mãe te ansiava entregar