
Siga-nos nas Redes Sociais

Saga das Almas
ALMAS CANSADAS

Há almas cansadas de nunca lutar
Que não se suportam por só desistir
Que fogem à batalha sem mesmo tentar
E, envergonhadas, se escondem de si
Rastejam quais sombras em roucos ruídos
Vão rumo ao mundo da escuridão
Gargalham, deliram, com tortos sorrisos
E chegam às furnas com sofreguidão
Se encontram, as sombras que se reconhecem
Se unem na dança de só sensações
Nos antros se soltam, nas grutas se esquecem
Na toca entorpecem as decepções
Nas noites se escondem de ver o que são
Mascaram o feio buscando o igual
Desdenham o Mundo que nunca terão
Sorvem hipnoses que lhes fazem mal
As sombras se entortam pensando dançar
Esgarçam seus lábios pensando falar
Exalam arrogância pensando agradar
E cospem seus gritos pensando cantar
Encontram na noite a torta Alegria
Que hipnotiza, camufla a Tristeza
Disfarça a Maldade, maquia a Preguiça
Distorce a Verdade, falseia a Vileza
E a torta Alegria, na dor da Tristeza
Se veste em beleza que às sombras engana,
Conquista seus sonhos, sagaz, sorrateira,
Explora sem pena, se cansa e abandona
São almas cansadas de nunca lutar
Que não se suportam por só desistir
Fogem às batalhas sem mesmo tentar
E, envergonhadas, se escondem de si
(Samia Awada)


Licença de uso Pixabay, de compartilhamento e uso de imagens.
Palavras-chave:
vícios, fuga