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A CICATRIZ DO TEU AMOR

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Oh, meu amado Irmão, é novo dia
E ainda trago em mim o Teu olhar
De manso Amor que encontrei na esquina
Da Vida, quando estavas a passar

Eu caminhava rumo à rotina
Tão jovem ainda, eu ia trabalhar
Nos campos da querida Palestina
Em honra da família a sustentar

Tão despretensiosa caminhada
Que eu repetia a cada alvorecer
Tão cômodo seguir mesma jornada
Me era mais fácil que tentar crescer

Chegava eu à esquina conhecida
Tu vinhas, começavas a dobrar
E no segundo eterno de minha vida
Cruzou-se o meu olhar com o Teu olhar

Jorrou, em fogo, de Teus olhos mansos,
Amor, que penetrou o meu olhar
Rasgou-me abaixo e aconchegou-se ao peito
Ardeu-me, como estando a queimar

Passaste e seguiste o Teu rumo
E eu fiquei, sentindo arder em mim
A chama do Amor tão mais profundo
Que me emprestaste em compaixão sem fim

Quisera arder-me eternamente a flama
Distribuindo-a, em jorro, a outro irmão
Mas logo apagou-se, em mim, a brasa
Não consegui retê-la ao coração

Segui Eras afora, Mestre amado
E, saiba, nunca me esqueci de Ti
A cicatriz da chama ainda trago
Me indicando o rumo a seguir

E hoje sinto, Irmão, tanta saudade
Do Teu olhar que em mim se eternizou
Quisera eu ter seguido Tua Verdade
Naquela esquina que me convidou

E ter Te confessado que Te amava
E ter permanecido ao lado Teu
E ter, enfim, trilhado outra jornada
Alimentando a chama que me ardeu

Mas sigo a cicatriz do Teu Amor
E busco a chama do Teu doce olhar
No olhar de cada outro irmão em dor
Na dor que, por Ti, busco amenizar.

 

(Samia Awada)

 

Licença de uso Pixabay, de compartilhamento e uso de imagens. 

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Palavras-chave:

Cristo, Jesus

Criado em Agosto de 2020

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