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A CHUVA

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O chão árido que a chuva abandonou
Sente o peso do cansado sofredor
Que, em joelhos, solta corpo e alma em dor
E ergue os olhos, busca a nuvem que secou

Sob o astro que incendeia seu lugar
Lembra a fé qual derradeira opção
Mas a fome o impede de rezar
Ou talvez sua fé secasse com seu chão

Olha ao longe o fugir das poucas vidas
Que abandonam o Sertão que o sol matou
Lembra o rio, as flores perfumando a brisa
E pranteia, em saudade, a sua dor

Ergue o corpo, cambaleia, volta à casa
Onde a Vida inda se esconde p’ra viver
E cedendo a alma à sina que não passa
Cede o corpo ao leito, tenta adormecer

Mas na alta madrugada, ouve, enfim
Chuva plena que o sedento chão banhou
Corre, sente as águas frias e sorri
Em seu sonho, de onde nunca mais voltou.

 

(Samia Awada)

 

Licença de uso Pixabay, de compartilhamento e uso de imagens. 

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Palavras-chave:

seca, sertão

Criado em Agosto de 2020

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