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Saga das Almas
LAMA APROPRIADA

Estou a expressão do social
Máscara de um bem convencionado
Não me arrisco em ser meu natural
Só repasso como me ensinado
Estou covardia sorridente
Desespero atado à convenção
Trago n’alma solidão pungente
Trago triste dor no coração
Busco a porta para a liberdade
A coragem de ser o que sou
Trago a chave que acessa a Verdade
Mas a escondo, escrava do temor
Como me é difícil a liberdade
Deixar o disfarce e ser feliz
Que magia impõe a falsa imagem?
Por que sina estou onde não quis?
Oh! Coragem, fibra do Destino!
Vem banhar-me, invadir-me a sorte
Vem, para que eu veja o desatino
Em estar na vida e Ser na morte
Quero, sim, eu quero a ventura
Voar alto sem me aperceber
Dos que, rastejando, impõem conduta
Dos que, o que não são, parecem ser
Quero em mim sorrisos verdadeiros
Dados só aos que eu queira dar
Autenticidade sem tormento
Sem lamentos poder me afastar
Sou minha vilã, tão bem moldada
Arranquei minh’asas p’ra agradar
Chega dessa lama apropriada
Chega de não ser. Quero voar!
Desmoronem o templo Covardia
Que não fique pedra sobre pedra
Que ao pó retorne a farsa fria
Vai-te, falsa paz. Que venha a guerra!
(Samia Awada)


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Palavras-chave:
autenticidade. auto conhecimento