Eu quero uma nova chance, voltar no tempo,
Ao ninho silencioso, ventre divino
Deixar ali os meus medos e os meus lamentos
E refazer meu caminho em só sorriso

E quando de novo ao colo da mãe querida
E à praça da infância que tanto me embalou,
Sentir o esplendor de cada pulsar da vida,
Gravando n’alma somente expressões de amor

No antigo passado quero largar o lixo
Das fétidas ilusões que me trazem dor
Que o lixo adube jardins no antigo abismo
E flores perfumem luz no meu desamor

E nesse florir de luz, nesse recomeço,
Quando me chegarem os anos da tentação
Chamando-me à rebeldia e ao desalento
Irei, com todas as forças, gritar que Não!

E assim, me resgatarei na autenticidade:
“Sim, sim” e “não, não” serão meus novos dizeres
Liberta, eu viverei só minhas verdades,
Sem medo ou aceitação de outros quereres

E, enfim, marcharei de novo sem pesos mortos,
Chegando ao meu novo Hoje bem mais feliz
Sem mais precisar sofrer por meus feitos tortos
Nem mais me arrepender pelo que não fiz.