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EU ME PERDOO

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I
Eu me perdoo o amor
Que pensei não merecer
E o olhar de puro fulgor
Que escondia ao te ver

Eu me perdoo a alegria
Que nunca usufruí
O riso solto que um dia
Afoguei dentro de mim

Eu me perdoo a Ira
E a vingança cruel
Com que amarguei tua vida
Com descaminhos de fel

Eu me perdoo o mal
Que desejei ao irmão
E o pecado real
Que não merece o perdão

Eu me perdoo os meus sonhos
Abandonados ao vento
Mas que minh’alma sufocam
Mal esquecidos no tempo

Eu me perdoo a descrença
Que nunca me consolou,
Meus dias de só cegueira
De mágoa, medo, rancor

II
Porque nos meus dias mortos
Em só arrependimento
O Sol sorriu-me aos olhos
Em convite ao recomeço

Porque nas noites de culpa
Em que minha alma tremia
O claro da cheia Lua
Meu quarto escuro invadia

E ao pé do lindo arbusto
Em que chorei com pesar
Sorvi o ar mais que puro
Que veio me consolar

Onde a flor bela do campo,
Humilde, a mim se abriu
Me perfumou seu encanto
Não me cobrou, só sorriu.

Se a natureza em doçura
Que planta a vida tão simples
Mostrou-me que a alma escura
Brilha também, sem limites

E o Universo que pulsa,
Tão pleno, me perdoou,
Quem sou p’ra cultivar culpa
Se tudo em Tudo é Amor?

Por isso eu, hoje, me acolho
Me recomponho, enfim
Hoje eu me ergo em consolo
P’ra um recomeço sem fim

 

(Samia Awada)

 

Licença de uso Pixabay, de compartilhamento e uso de imagens. 

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Palavras-chave:

poesia autoperdão

Criado em Agosto de 2020

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