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DESDE REMOTAS ERAM EU TE AMO

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Desde remotas eras eu te amo,
Quando, ao fio da espada, dominavas,
Altivo, humilhavas, e com teu mando,
Um rastro de terror tu semeavas

Desde remotas eras eu te amo,
Quando colheste a dor disseminada
E com o coração despedaçado
Sentiste-te perdido na jornada

E te entregaste, louco, à tua culpa
E cultivaste fel no coração
Até que os anjos, por querer-te a cura
Te conduziram à nova encarnação

E, por te amar, te recebi ao ventre
Para teu necessário recomeço
Para que semeasses diferente,
Assim te perdoando a ti mesmo

E, por te amar, te embalei ao colo
No amor de mãe, te apresentei Jesus
Buscando, assim, livrar-te do remorso,
Para que suportasses tua cruz

Mas meu amor não foi suficiente
Mas meus conselhos não fizeram eco
E tu te abandonaste novamente
Nas armadilhas do teu homem velho

Por mais te mantivesses em meu abrigo
Não consegui livrar-te dos tormentos
Pois tu, tão jovem ainda, meu querido
Sentiste em ti o peso dos milênios

E te entregaste ao nada, à rebeldia,
E não te esforçaste por lutar
Tão vazia de amor fez-se a tua vida
Que não sentes vontade de ficar

E eu me vejo aqui, desesperada
Ente o meu amor e a tua fuga
Ansiando carregar-te em tua jornada
Mesmo sabendo que a jornada é tua

Que os anjos desçam, então, em teu resgate
Te inspirando a nunca desistir
Que o amor deles por ti seja o milagre
Que só com o meu amor, não consegui.

 

(Samia Awada)

 

Licença de uso Pixabay, de compartilhamento e uso de imagens. 

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Criado em Agosto de 2020

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