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DEPOIS DA FUGA

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Abro os olhos já mortos, que entreveem
Outros mortos em cripta abismal
Outros olhos languentos que me espreitam
Outras dores que em mágoas se acorrentam
Qual a minha, em queda assaz mortal

O tormento, o susto, a agonia
Me sacodem, me acordam do torpor
Sinto a vida pulsar-me a alma, ainda,
Sinto a angústia da qual antes fugira
E a dor forte do corpo que quebrou

Corro aos gritos ante a decepção
De que a fuga não me matou a Dor
Dor criada que trago ao coração
Dor da vida vivida na ilusão
Que esvazia as reservas de Amor.

Onde jazes, oh, Morte? Não existes?
Onde ficas, oh, Nada que ansiei?
Foi-me o corpo, mas minha alma vive!
Permaneço sofrendo, eterna, triste,
Nestas sombras que expressam o que plantei.

E a lembrança, antes adormecida
no egoísmo vivido na matéria,
surge atroz, em saudade da família
Como pude lançar almas queridas
na tristeza que o coração macera?

Mas, da “morte” que induz ao recomeço
os que em vida esqueceram-se de amar,
eu desperto, a refletir meus erros
Avalio escolhas, fugas, medos
E renasço para recomeçar

Doce Pai que meus erros perdoou,
Doce Deus que acolheu-me na desdita,
Doce Amor que da sombra me tirou
Hoje sei: sou filha do Teu Amor
aprendendo a valorizar a Vida.

 

(Samia Awada)

 

Licença de uso Pixabay, de compartilhamento e uso de imagens. 

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Palavras-chave:

(conflitos existenciais, suicídio, vida após a morte)

Criado em Agosto de 2020

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