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Saga das Almas
A ILHA INVISÍVEL (infantil)

I
Era uma vez uma ilha
Que apareceu de um encanto
Por uma Fada madrinha
Que com a sua varinha
A colocou no oceano
O que era mais estranho
É que ninguém via a ilha
Fosse de barco ou voando
Mesmo bem perto chegando
Ninguém nunca a percebia
Lá mora uma garotinha
Olhos de jabuticaba
Cabeleira em rodinha
Tão linda, tão pequenina!
Tão doce, chamada Zaila.
É a ilhota invisível
Rodeada de rochedos
Uma muralha incrível
Que a protege do perigo
E que até mete medo
Essa muralha é igual cobra
É esperta e tudo vigia
Se precisar, cresce e dobra
Se abre, fecha, vem, volta
P’ra defender sua ilha
Entre os rochedos imponentes,
Nasce um vale bem verdinho
Onde tudo é inteligente
Falam, pensam igual gente
Pedras, plantas e bichinhos
Há um riacho pequeno
Entrecortando esse vale
Com águas que cumprimentam
Qualquer um que vá, sedento
Matar a sede com um gole
As flores brilham e se curvam
Na hora que alguém passar
Iluminando os rumos
Dos que habitam esse mundo
Até em casa chegar
Lá tudo é muito cuidado
Por quem mora no lugar
Não há sujeira no riacho
Nem cascas, papéis jogados
Nem rabiscados não há
Nessa ilha se pratica
Igualdade e compaixão
Amizade diferente
Daquela que nunca ofende
Mesmo se dizendo ‘não’
II
Lá existe uma casinha
Toda feita de cristal
Com telhado de ametista
Ela brilha, brilha, brilha!
Igual luzes de Natal
Nela mora a garotinha
Com um monte de amiguinhos
A paca, a cobra e a cotia
O gato, a arara e a galinha
E um monte de passarinhos
Faz pouco tempo a menina
Passou a morar ali
Antes de morar na ilha
Morava com sua família
Muito mais longe daqui
O mundo de onde ela veio
Fica bem depois do seu
Se atravessa o oceano inteiro
P’ra encontrar o antigo reino
Aonde Zaila Nasceu
Mas nesse reino de Zaila
O povo criava a fome
Os animais eram caça
O homem não respeitava
Os direitos de outros homens
Tanto mataram as florestas
Tanto poluíram os rios
Que tudo morreu depressa
Que o Sol secou toda a terra
E o homem quase sumiu
Foi então que a mãe de Zaila
Fugiu com ela da fome
Mas não achou outra mata
Nem outro rio, outra terra
Nem verdes, nem vale ou monte
O homem já destruíra
O rio virara deserto!
- O que farei com minha filha?
Não tem mais água ou comida
Só há o destino incerto
E as duas, então, fraquinhas
Desfaleceram no chão
Foi quando a fada madrinha
Vendo que a mãe adoecia
Falou-lhe no coração
-Não se preocupe, mãezinha
Descanse em paz lá no céu
Que eu cuidarei da menina
Pois criarei linda ilha
P’ra Zaila, com paz, com mel
E foi assim que surgiu
No meio do oceano
Aquela ilha invisível
Onde não entra o fuzil
Sujeira, fome ou engano
Só quem tem coração puro
Como as brisas do mar
Só que ama o amor profundo
Quem respeita todo mundo
Consegue na ilha entrar
(Samia Awada)


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Palavras-chave:
ilha, poema infantil